Eu estava esperando Juliana e meu filho subirem para o quarto após o parto. Liguei a TV e estava passando a vinheta de Barriga de Aluguel. Olha, Aguenta, Coração é uma música bem melosa, mas como não me afetar? Bastava até retirar alguns versos da música que ela se encaixaria perfeitamente no momento:
E agora o que é que eu faço
pra esquecer tanta doçura?
Isso ainda vai virar loucura.
Não é justo entrar na minha vida,
Não é certo não deixar saída,
Não é, não…
Agora aguenta, coração,
já que inventou essa paixão.
Eu te falei que eu tinha medo,
amar não é nenhum brinquedo.
Agora aguenta, coração,
você não tem mais salvação,
Você apronta e esquece que você sou eu.
Pois é, o poder do amor paterno é capaz até de tornar músicas bonitas!
Por outro lado, cabe fazer justiça às canções romântico-cafonas da época. Não raramente elas têm um núcleo que escapa do clichê namoradeiro. Estes trechos poderiam se referir a qualquer amor – amigo, romântico, maternal, religioso até – e, assim, acabam descrevendo o amor transcendente. Geralmente evito a tentação de pensar que “no meu tempo era melhor”, mesmo porque, oras, nem tenho trinta anos, hoje é o meu tempo. Entretanto, de quantas músicas modernas dá para dizer isso? É realmente meio engraçado e um pouco constrangedor revisitar as populares canções de antigamente, mas este mérito não podemos lhes tirar.
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- 2 de outubro de 2012 às 13:55:14 [Revisão atual] by brandizzi
- 17 de setembro de 2012 às 11:59:02 by brandizzi