Love triumphs over cheesiness

Eu estava esperando Juliana e meu filho subirem para o quarto após o parto. Liguei a TV e estava passando a vinheta de Barriga de Aluguel. Olha, Aguenta, Coração é uma música bem melosa, mas como não me afetar? Bastava até retirar alguns versos da música que ela se encaixaria perfeitamente no momento:

E agora o que é que eu faço

pra esquecer tanta doçura?

Isso ainda vai virar loucura.

Não é justo entrar na minha vida,

Não é certo não deixar saída,

Não é, não…

Agora aguenta, coração,

já que inventou essa paixão.

Eu te falei que eu tinha medo,

amar não é nenhum brinquedo.

Agora aguenta, coração,

você não tem mais salvação,

Você apronta e esquece que você sou eu.

Pois é, o poder do amor paterno é capaz até de tornar músicas bonitas!

Por outro lado, cabe fazer justiça às canções romântico-cafonas da época. Não raramente elas têm um núcleo que escapa do clichê namoradeiro. Estes trechos poderiam se referir a qualquer amor – amigo, romântico, maternal, religioso até – e, assim, acabam descrevendo o amor transcendente. Geralmente evito a tentação de pensar que “no meu tempo era melhor”, mesmo porque, oras, nem tenho trinta anos, hoje é o meu tempo. Entretanto, de quantas músicas modernas dá para dizer isso? É realmente meio engraçado e um pouco constrangedor revisitar as populares canções de antigamente, mas este mérito não podemos lhes tirar.

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